a morte vinha junto com a vida,
e se brindavam...
cada qual em seu extremo
seguindo sempre no mesmo caminho...
por não ter aprendido a morrer,
alimentava o medo - irreal - da morte,
e sofria...
mas não era a morte que trazia a dor,
- ela na verdade aliviava a quem a recebia -
era a falta de aceitação de sua soberania que machucava,
que trazia o sofrimento,
era a resistência em querer permanecer sem mudanças,
que fazia da morte uma inimiga,
e iludia os fracos corações,
das imaturas criaturas divinas...
essa história é sobre uma jovem que acreditava que se jamais pensasse sobre o tempo,
ele jamais a possuiria,
e ela poderia viver numa realidade que havia criado,
eternamente...
mas evidentemente que a Justiça Suprema não poderia aceitar tamanha ignorância,
pois a Evolução é a Lei da Vida*
e num desses dias ensolarados em que a pequena jovem julgava estar
no total controle de seus caminhos,
a Senhora Morte veio lhe saudar,
e os caminhos "seguros" da jovem,
num instante se transformaram em poeira,
e em sua frente, novo chão de pedras e poças cristalinas se fazia...
e a pequena jovem chorava...
despreparada para a visita da Morte,
lhe negava o Poder
e reivindicava seu velho porto seguro...
e cega em sua própria incompreensão,
rogava injúrias aos céus e sentia sua inferioridade crescer,
alimentava seus monstros,
e chorava...
e chorava....
e chorava...
até o momento em que suas lágrimas secaram,
que seu coração se acalentou em sua ingenuidade,
e ela pôde perceber em sua frente,
que das poças que envolviam as pedras,
reluziam as luzes que mostravam a direção dos novos caminhos...
e ela sorriu...
e por um momento conseguiu perceber a beleza da morte...
e por um momento não mais temeu...
e ela então transcendeu...